30.6.07

Ontem, dia 29/06, fui acompanhar minha mãe até a Santa casa da cidade onde moro, ela estava com uma dor nas costas insuportável que descobrimos, infelizmente, ser resultado de uma osteoporose na coluna que esta formando uma hérnia de disco. Mas o assunto é outro, na verdade quero falar, ou desabafar um pouco, sobre algumas coisas que observei.
Assim que entrei na sala onde esperávamos por atendimento um senhor estava indo embora com sua esposa que tivera alta, um homem muito educado, comprimentou todos os presentes um por um, deu tchau, disse: Deus o abençoe, arrumou um jeito de "pregar" um pouquinho, foi simpático com uns e até orou por outros, porém não ajudou a própria esposa a se levantar da cadeira, sequer se dispôs a tirar um obstáculo da frente dela que a atrapalhava a se levantar, quem a ajudou foi o acompanhante de outro paciente que estava próximo dela e a ajudou ir até a porta, enquanto o grande marido pregava sem sequer se preocupar com a doente que ele acompanhava - sua esposa.

Algumas pessoas fizeram comentários dos mais diversos, uns começaram a criticar outros a elogiar, mas o centro do debate era o conteúdo da "pregação" ninguém se incomodou pelo fato da pouca gentileza dele com a esposa, eu fiquei em silêncio, provavelmente fui o único a notar e talvez eu esteja vendo "pelo em ovo..."

Um menino também me chamou a atenção, garoto de treze anos, um menino com cara de sapeca - apesar de estar dormindo, a mãe o acompanhava falando em alto tom sobre a importância do jejum e da oração, falando muito bem por sinal, aprendi muito com a "aula dela".

Porém ela preferiu assim que acabou a aula acompanhar uma mulher até a portaria e deixou o filho lá sozinho, que foi fazer um e xame (tomografia) sem a presença da mãe porque o médico não podia ficar esperando ela terminar de pregar para realizar o exame, depois que o menino voltou do exame a mãe lhe entregou uma coxinha (desatas bem oleosas que só em lanchonete de hospital se encontra) e um suco.

O menino havia tido uma convulsão e assim que chegou ao hospital tomou uma injeção, que lhe dava uma sonolência quase que mórbida, portanto o menino dormiu com um pedaço da coxinha na mão sem que a mãe percebesse e quase que morre sufocado pela coxinha (seria cômico se não fosse trágico - foi ao hospital com convulsão e morreu engasgado), mas como Deus é bom apareceu uma boa samaritana para acordar o menino antes que o pior ocorresse.

Fico imaginando se estas pessoas têm uma fé tão forte e firme que sabem que nada acontecerá de mal aos seus entes queridos e os entrega nas mãos de Deus, ou é apenas relaxo da parte deles mesmo.

Claro que devemos confiar em Deus, mas será que “para realizar o obra dEle” precisamos deixar de dar assistência aos nossos?

É comum vermos famílias de pastores onde as esposas e filhos queixem-se da ausência “do marido / pai / pastor”, em geral estes homens estão fazendo a obra de Deus, não estão adulterando, tampouco tentando enriquecer de forma ilícita, não estão cometendo pecado algum, pelo contrário estão servindo a Deus, ou pelo menos crêem nisso.

Porém onde começa o ministério de um pastor? Por onde inicia-se o rebanho que ele deve cuidar?
Será que se um pastor deixa uma “brecha” no lar para atender o restante do rebanho Deus se agrada dEle?
Responda-me se puder... *rs

2 comentários:

Unknown disse...

quem não sabe cuidar dos seus não pode estar preparado pra cuidar dos outros!

Anônimo disse...

Caro Wenderson, concordo com você. A Bíblia diz que se alguém não cuida de sua própria casa (família), como terá cuidado da casa de Deus?

Gostei muito do comentário feito por você do romance de Dan Braw, o "Código Da Vince". É isso mesmo.

Deus o abençoe.