15.4.11

Os que te chamam bendito te crucificarão

Como judeu Jesus sabia que tinha a obrigação de seguir para Jerusalém para celebrar a festa máxima de seu povo. Sabia também que aquela pascoa seria diferente - para Ele e para toda a humanidade - já tramavam a forma de prendê-lo e matá-lo.



O Filho de Deus sabia das conseqüências de Sua missão, sabia que havia incomodado e sabia que iria ser entregue e morto, mas estava decidido a nos salvar.



A entrada de Jesus em Jerusalém me choca pela contradição: o povo aclama Jesus como rei. Ele é saudado com ramos de palmeiras, tirados das árvores do caminho. O povo que o saúda reconhece: ele é Bendito, porque veio em nome do Senhor.

O povo ao vê-lo entrar na cidade, reconhece que o Mestre é o Filho de Deus.

Esta manifestação popular, conhecida como domingo de ramos, me faz pensar como Jesus se sentiu, pois Ele sabia que os mesmos que o aclamavam logo depois o condenaram. Os mesmos braços que balançavam folhas de palmeiras, as mesmas bocas que gritavam “REI”, alguns dias depois socavam o ar gritando crucifiquem...



São as contradições inerentes à alma humana, que da mesma forma que constrói um ídolo, o mata. Se olharmos a história da humanidade, sobretudo ao sabor de nossos dias, veremos que continuamente elevamos e destruímos ídolos e celebridades.

Infelizmente também com Cristo e Sua Igreja fazemos isso, quantas vezes somos capazes de nos proclamar cristãos, seguidores de Jesus, e não defender Sua Igreja, ou – pior – não agir conforme seus ensinamentos? É assim: continuamos a louvá-Lo quando nos interessa e a crucificá-Lo quando já não nos convém.

12.4.11

Justiça?

Após a chacina de Realengo nossos corações ficaram mais amargos, procuramos  respostas, motivos,  porquês e não os encontramos, nenhuma teoria nos sacia.
 A tragédia ocorrida nos tem um gosto mais amargo porque não vemos  possibilidade de alcançar justiça para as vitimas. Não podemos nos vingar, prender, matar ou linchar o responsável, afinal ele se matou.
Algumas coisas me incomodam na cobertura da impressa e nas opiniões de entendidos no assunto.
Imagino como se sentem as famílias das vitimas das chacinas da candelária e de vigário geral quando apresentam como se a tragédia de Realengo fosse a primeira vez que esse tipo de atrocidade nos acontecesse. Nossa cede de justiça é bem menor nesses casos, que aconteceram a mais de uma década e ninguém até o momento foi preso.  Não quero aqui de forma alguma minimizar o ocorrido em Realengo, que toma proporções maiores ainda por acontecer dentro de uma escola, lugar que nossos filhos deveriam estar mais seguros  que em qualquer outro lugar, só não concordo em “fazer de conta” que as outras não ocorreram.
Insinuam ainda que o assassino tenha alguma relação com o islamismo, e fazem do islam sinônimo de terrorismo, imagino quem será mais louco e irresponsável o assassino ou quem apregoa o inicio de um ódio religioso que, felizmente, ainda não vivemos.
O assassino não tinha nenhuma religião, qualquer um que ler a carta verá que ele mistura de tudo um pouco, ele estava desorientado e perdido, não seguia nenhuma religião, não era cristão, muçulmano, testemunha de Jeová ou qualquer outra coisa, era simplesmente mal.
Não saber a resposta é o que move o mundo, porque é o que mais nos incomoda, não saber o porquê o assassino fez o que fez nos enlouquece, nos perturba.  Mas teremos que nos acostumar ao fato de não termos respostas a tudo e que o homem que matou dezenas de crianças em Realengo, assim como os que cometeram a chacina de vigário geral e da candelária são loucos, têm a maldade em seus corações.
Não adianta querermos achar culpados para punir,  nenhum linchamento ou prisão trará às vitimas justiça, pelo simples fato que apenas Deus poderá, e fará, justiça nestes casos.
"A mim pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor" Romanos 12:19


Em tempo: Se você não se lembra das chacinas de vigário geral e candelária procura no google... e lembre-se amanhã