Pai-nosso que estais no céu, criador dos céus e da terra, e da aurora boreal e dos olhos carinhosos do meu filho, e do sorriso simpático de minha amada, Senhor avesso ao moralismo desvirtuado,
Santificado seja o vosso nome marcado em cada raio de sol, gravado nos girassóis como olhos de ouro, e no abraço e no sorriso cúmplice,
Venha a nós o vosso Reino para saciar-nos a fome de Paz, para semearmos esperança onde há ódio, para compartilharmos onde há acúmulo, para alegrar onde irrompeu a dor,
Seja feita a vossa vontade nas tortas trilhas dos nossos passos, nos rios profundos das nossas ambições, na respiração ofegante dos aflitos e na fúria dos ventos subvertidos em furacões,
Assim na Terra como no céu, e também no grito inaudível da mulher e da criança agredida, e no próximo encarado como diferente, nos arsenais da hipocrisia e nos cárceres que congelam vidas.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje, e também o vinho inebriante do teu Espírito, a coragem de dizer não ao próprio ego, o cuidado com o semelhante, o respeito aos profetas,
Perdoai as nossas ofensas e dívidas, a acidez da nossa língua, a indiferença ofensiva e a reverencial bajulação, a cegueira perante o horizonte despido de futuro e a inércia que nos impede fazer o melhor,
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e aos nossos devedores, aos que nos oprimem e oprimem nosso semelhante, aos que invejam a nossa alegria de não possuir o bem alheiro através de mensalões,
E não nos deixeis cair em tentação frente ao porte suntuoso dos nossos monstros interiores, das serpentes atentas às nossas fraquezas e dos abutres predadores da ética,
Mas livrai-nos do mal, do desalento, da desesperança, da moleza do caráter, da falta de sonhos,
Amemos.
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