31.7.08

Encontrando Deus

No artigo anterior escrevi sobre como nos sentimos decepcionados e abandonados por Deus em nossas tribulações ou sofrimentos, Onde Deus está?
Quando nos encontramos nestas crises e encruzilhadas cada um de nós segue caminhos diferentes, alguns de nós nos afastarmos de nossas reflexões, pararmos de pensar e refletir dos “porquês” das coisas acontecerem; em outros momentos imaginamos que tudo não passa de mero acaso do destino, que Deus é algo distante, que fica lá em cima em seu trono rindo da desgraça alheia; a maioria de nós normalmente se afasta da igreja e de tudo o que nos possa fazer sentirmo-nos culpados pelo nosso fracasso, pela nossa “falta de fé” e nos sentimos cansados de procurar algo que nunca conseguimos achar.
Outros buscam a Deus incessantemente, talvez por teimosia, talvez por crer for necessário crer, talvez para simplesmente provar que é impossível.
Mas ainda assim alguns de nós procuramos Encontrá-Lo e saber por que nos abandona nos momentos de angustia.
Procuramos Deus no céu, na Bíblia, em livros de auto-ajuda. Procuramos o Pai entre seus outros filhos – nossos irmãos; Na Igreja, alguns fazem longas viagens verdadeiras jornadas a terra Santa (esquecendo-se que toa a Terra é santa), procuramos nos montes e nos grãos de areia...
Nada, ele não está lá...
Como pode um ser onipresente estar tão ausente?
Na verdade Deus está em todos os lugares, na areia da praia, na arvore que nos fornece sombra em dias de calor, nos rios que refrescam nossa terra, nos pássaros engaiolados e nos que voam livres ao sabor do vento, esta até mesmo no próprio vento.
Deus está mais presente onde menos procuramos, dentro de nós mesmos.
Deus criou todas as coisas através da palavra Gênesis 1, quanto ao homem a duas diferenças interessantes: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. Gênesis 1: 26, em Gênesis 2:7 “E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.”
Quando Deus diz “façamos” essa pluralidade indica o Pai o Filho e o Espírito Santo, portanto creio que somos imagem e semelhança da trindade. Deus nos criou para dominarmos sobre todas as coisas que Ele criou. E o que creio ser mais extraordinário e revelador nestas passagens: Deus não disse faça-se o homem do pó da terra, Ele próprio formou o homem do pó da terra. Imagino como Deus fez isso, se não foi através de uma ordem de uma palavra como foi?
Imagino que Ele próprio tomou o pó em suas mãos e nos modelou, fomos tocados por Deus, assim como um artesão molda o barro para fazer uma estátua Deus nos moldou como sua obra de arte, porém ao contrário das estatuas estáticas e imóveis, Deus soprou em nossas narinas a vida, Deus soprou dentro de nós a Si mesmo, Deus colocou em nós o espírito para que pudéssemos ter vida. (não quero aqui entrar no debate teológico entre dicotomia e tricotomia por não ser o centro deste artigo, mas prefiro registrar que acredito na tricotomia). Aos outros seres viventes da terra Deus deu vida apenas através da palavra Gênesis 1 21:24, apenas o homem teve o privilégio de ser criado com especial atenção divina – quando escrevo homem me refiro a toda a humanidade e não a um gênero específico), Deus soprou vida apenas na narina da humanidade.
Portanto, mais que qualquer outro ser vivente, mais que qualquer outra criação de Deus, Deus está em cada um de nós e em todos nós, Ele realmente é onipresente esta em todos os lugares e em todos os homens através do sopro de vida em nossas narinas.
Mas se ele está tão próximo porque não nos ouve? Porque não no atende? Porque nos sentimos tão sós nos momentos de angustia? Porque não o ouvimos?
Bem no artigo anterior questionei-me onde estaria Deus, neste eu o encontrei, agora falta sabermos como criar um canal de comunicação com Ele, mas isso fica para o próximo artigo...

Uma frase, fora do contesto do texto para vossa reflexão:

“A falta de pão na mesa do pobre é a denuncia de falta de espiritualidade nos altares cristãos.”

29.7.08

ONDE DEUS ESTA?

Diariamente nos deparamos com sermões e pregações em nossas igrejas, no rádio, na TV, na internet, em jornais “gospel” prometendo vitória e sucesso, aprendemos a esperar que Deus atue impressionantemente em nossas vidas, afinal somos mais que vencedores, somos “a geração eleita”.
Jesus prometeu que a fé do tamanho de uma semente de mostarda é capaz de transportar montanhas, que qualquer coisa pode acontecer se dois ou três se reunirem pa¬ra orar. A vida cristã é uma vida de vitória e triunfo. Deus quer que sejamos felizes e prósperos e que tenhamos saúde; porém quando nos deparamos com as intemperies da vida nos semtimos com falta de fé.
Lí recentemente em um livro a história de um homossexual que conta sua história gradualmente, numa sucessão de cartas. Por mais de uma década ele havia buscado uma "cura" para suas tendências sexuais, experimen¬tando cultos carismáticos de cura, grupos cristãos de apoio e tratamento químico. Ele até mesmo se submeteu a uma for¬ma de terapia aversiva, em que psicólogos aplicavam choques elétricos em seus órgãos genitais, caso ele reagisse a fotografias eróticas de homens. Nada funcionou. Finalmente ele se entregou a uma vida de promiscuidade com outros homens. Mas insiste em que deseja seguir a Deus, mas sente-se sem condições devido à sua maldição pessoal.
Imagino como este homem se sente, ou mesmo como se sente um pai que clama pela vida do filho, jejua, ora noites a fio e ainda assim o vê falecer em um leito de hospital. Pessoas que clamam incessantemente por emprego e continuam desempregados, que pedem experiências sobrenaturais, porém não as experimentam.
Quando não sentimos ou vivenciamos as intervenções divinas como descritas acima, sentimo-nos desapontados, traídos e freqüentemente culpados. Imaginamos que Deus está nos castigando por algo ou mesmo que não temos fé, ou ainda o complexo de Jó, Deus está tirando para provar a minha fé...
Depois passamos a acreditar que Deus não se importa com nossa vida. Quando oramos, não sabemos se alguém está de fato ouvindo.
Será que uma palavra, qualquer palavra, pode chegar a curar uma ferida? E devo confessar que, após ler es¬ses relatos angustiados, faço exatamente as mesmas perguntas. Onde Deus está diante destas dores emocionais? Por que com tanta freqüência ele nos desaponta?
Será que Deus se importava com as nossas frustrações ou com as nossas energias desperdiçadas ou com o dinheiro que perdemos?
Começamos a imaginar se Deus de fato se importa com os detalhes das nossas vidas, ou se ele se importa conosco. Somos tentados a orar com menos freqüência, e chegamos antecipadamente à conclusão de que não vai adiantar.
Nossas emoções e nossa fé oscilam. Quan¬do essas dúvidas se instalam, chegamos a imaginar se Deus realmente existe, e se existe onde Ele está?
Todos, ou a maioria de nós um dia se senti assim, até mesmo o salmista se sentiu abandonado:

“Desperta! Por que dormes, Senhor?
Desperta, não nos rejeites para sempre.
Por que escondes a tua face?”
— Salmo 44:23-24

“Como o cervo brama pelas correntes da água, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?”
no salmo 42 1:2
Mas como sair desse tipo de crise? Como encontrar verdadeiramente Deus? Principalmente nestes momentos de angustia que nos sentimos abandonados por Deus, duvidamos de sua existência ou nos achamos indignos Dele?

Santo Agostinho escreve:
“E como invocarei meu Deus, meu Deus e meu Senhor, se ao invocá-lo o faria certamente dentro de mim? E que lugar há em mim para receber o meu Deus, por onde Deus desça a mim, o Deus que fez o céu e a terra? Senhor, haverá em mim algum espaço que te possa conter?” in Confissões de Santo Agostinho – Agostinho de Hipona.

Onde Deus está?
Existem “chavões” e respostas prontas que ouvimos dos mesmos púlpitos, TVs e rádios que pregam apenas a prosperidade, “É no silêncio que Deus trabalha”; “Talvez Deus esteja te provando”; “Você deve ter cometido algum pecado” etc, etc...

Mas estas respostas não nos convencem, continuamos a nos perguntar “ONDE ESTAS DEUS, PORQUE DORMES? NÃO NOS REJEITE PARA SEMPRE...

Quantas vezes nos nossos corações dritamos?

“Eli, Eli, lamá sabactâni;” Mt 27.46