29.7.08

ONDE DEUS ESTA?

Diariamente nos deparamos com sermões e pregações em nossas igrejas, no rádio, na TV, na internet, em jornais “gospel” prometendo vitória e sucesso, aprendemos a esperar que Deus atue impressionantemente em nossas vidas, afinal somos mais que vencedores, somos “a geração eleita”.
Jesus prometeu que a fé do tamanho de uma semente de mostarda é capaz de transportar montanhas, que qualquer coisa pode acontecer se dois ou três se reunirem pa¬ra orar. A vida cristã é uma vida de vitória e triunfo. Deus quer que sejamos felizes e prósperos e que tenhamos saúde; porém quando nos deparamos com as intemperies da vida nos semtimos com falta de fé.
Lí recentemente em um livro a história de um homossexual que conta sua história gradualmente, numa sucessão de cartas. Por mais de uma década ele havia buscado uma "cura" para suas tendências sexuais, experimen¬tando cultos carismáticos de cura, grupos cristãos de apoio e tratamento químico. Ele até mesmo se submeteu a uma for¬ma de terapia aversiva, em que psicólogos aplicavam choques elétricos em seus órgãos genitais, caso ele reagisse a fotografias eróticas de homens. Nada funcionou. Finalmente ele se entregou a uma vida de promiscuidade com outros homens. Mas insiste em que deseja seguir a Deus, mas sente-se sem condições devido à sua maldição pessoal.
Imagino como este homem se sente, ou mesmo como se sente um pai que clama pela vida do filho, jejua, ora noites a fio e ainda assim o vê falecer em um leito de hospital. Pessoas que clamam incessantemente por emprego e continuam desempregados, que pedem experiências sobrenaturais, porém não as experimentam.
Quando não sentimos ou vivenciamos as intervenções divinas como descritas acima, sentimo-nos desapontados, traídos e freqüentemente culpados. Imaginamos que Deus está nos castigando por algo ou mesmo que não temos fé, ou ainda o complexo de Jó, Deus está tirando para provar a minha fé...
Depois passamos a acreditar que Deus não se importa com nossa vida. Quando oramos, não sabemos se alguém está de fato ouvindo.
Será que uma palavra, qualquer palavra, pode chegar a curar uma ferida? E devo confessar que, após ler es¬ses relatos angustiados, faço exatamente as mesmas perguntas. Onde Deus está diante destas dores emocionais? Por que com tanta freqüência ele nos desaponta?
Será que Deus se importava com as nossas frustrações ou com as nossas energias desperdiçadas ou com o dinheiro que perdemos?
Começamos a imaginar se Deus de fato se importa com os detalhes das nossas vidas, ou se ele se importa conosco. Somos tentados a orar com menos freqüência, e chegamos antecipadamente à conclusão de que não vai adiantar.
Nossas emoções e nossa fé oscilam. Quan¬do essas dúvidas se instalam, chegamos a imaginar se Deus realmente existe, e se existe onde Ele está?
Todos, ou a maioria de nós um dia se senti assim, até mesmo o salmista se sentiu abandonado:

“Desperta! Por que dormes, Senhor?
Desperta, não nos rejeites para sempre.
Por que escondes a tua face?”
— Salmo 44:23-24

“Como o cervo brama pelas correntes da água, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?”
no salmo 42 1:2
Mas como sair desse tipo de crise? Como encontrar verdadeiramente Deus? Principalmente nestes momentos de angustia que nos sentimos abandonados por Deus, duvidamos de sua existência ou nos achamos indignos Dele?

Santo Agostinho escreve:
“E como invocarei meu Deus, meu Deus e meu Senhor, se ao invocá-lo o faria certamente dentro de mim? E que lugar há em mim para receber o meu Deus, por onde Deus desça a mim, o Deus que fez o céu e a terra? Senhor, haverá em mim algum espaço que te possa conter?” in Confissões de Santo Agostinho – Agostinho de Hipona.

Onde Deus está?
Existem “chavões” e respostas prontas que ouvimos dos mesmos púlpitos, TVs e rádios que pregam apenas a prosperidade, “É no silêncio que Deus trabalha”; “Talvez Deus esteja te provando”; “Você deve ter cometido algum pecado” etc, etc...

Mas estas respostas não nos convencem, continuamos a nos perguntar “ONDE ESTAS DEUS, PORQUE DORMES? NÃO NOS REJEITE PARA SEMPRE...

Quantas vezes nos nossos corações dritamos?

“Eli, Eli, lamá sabactâni;” Mt 27.46

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