17.7.06

Ide e pregai

Mateus 28.19
Portanto, ide, ensinai (·) todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo

Marcos 16.15
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16.16
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.


Estas palavras (ou ordens) foram proclamadas por Jesus aos discípulos após a sua ressurreição. Mas quantos de nós os observamos e obedecemos?
Quando os ouvimos logo pensamos em missões no Afeganistão, na Ásia ou na África. Em homens e mulheres – missionários – que enfrentam muitas vezes a morte para pregar o evangelho, as Boas Novas.
Alguns se perguntam – Onde vou pregar? Não posso largar tudo para ser missionário... ou – Como vou pregar ?
Quantas vezes Deus colocou pessoas no nosso caminho que necessitavam de ensinamento sobre a Palavra, ou nos colocou em situações que podemos mostrar a diferença daqueles que crêem em Jesus e os que não crêem.
Outras pessoas têm vergonha ou medo simplesmente de falar, imaginam que o único lugar onde se prega é o púlpito da igreja ou para grandes multidões e a única forma de pregar é falando – triste engano, muitas são as formas de se levar as Boas Novas. Alguns pregam com suas ações; outros através de livros que escrevem; jornais que publicam; filmes que produzem; canções.
Em minha conversão diferentes formas de pregação atuaram: minha esposa que com sua fé e atitudes cristãs (além das muitas pregações, sermões e palavras que me trouxe, mas principalmente suas atitudes); um Pastor que convida homossexuais e prostitutas para os cultos e defende Direitos humanos; os livros de Philip Yancey em especial “Maravilhosa Graça” e “O Jesus que eu nunca conheci”; O filme” O julgamento” e “Paixão de Cristo”; Um colega de trabalho que foi demitido – pai de dois filhos – que apesar de ter perdido o emprego mantinha sua fé em Cristo e seu jeito simpático de ser, sempre com uma piadinha ou palavra para nos alegrar, mesmo durante o aviso prévio nunca perdeu a alegria; Um mutirão para recolocar os ventiladores e pintar a Igreja que me fez sentir que eu era parte da igreja.
No livro “Encontrando Deus nos lugares mais inesperados” Philip Yancey transcreve a história de Basil, um Cristão Russo que morava na região da Moldávia. Em 1962, Basil fundou uma pequena editora com seus próprios recursos. Ele imprimiu folhetos cristãos e distribuiu um total de 700 mil exemplares antes que a KGB (a polícia política secreta da antiga URSS) lhe fizesse uma visita. Eles exigiram que ele parasse. Diante de sua recusa, o pren­deram e mandaram-no para um campo de trabalhos forçados por dez anos.
A princípio, Basil ficou perplexo. Por que deveria ser punido por servir a Deus? Com que finalidade Deus permitiu que ele fosse enviado para um campo de trabalhos forçados?
Até que, um dia, ele recebeu um aviso de que Deus havia oferecido uma nova oportunidade.
Todas as manhãs, antes do amanhecer, os prisioneiros do campo de trabalhos forçados tinham de se reunir em um espaço aberto para responder à chamada.
Os comandantes do campo insistiam em rigorosa pontualidade da parte dos detentos, mas não dos guardas. Com isso, milhares de detentos ficavam do lado de fora durante vários minutos todas às manhãs sem nada para fazer. Basil, que adorava pregar, decidiu fundar uma Igreja.
Basil pregava diariamente para um público realmente cativo. Normalmente, ele tinha dois e raramente até cinco minutos para pregar antes que os guardas chegassem, desta maneira levava até duas semanas para proferir um único sermão. Ele tinha de gritar para ser ouvido por vários milhares de presidiários, um esforço que o deixava rouco até que sua voz se adaptasse. Ao longo dos ­dez anos de pregações ao ar livre para milhares de pessoas, ele desenvolveu o hábito de falar altíssimo e a uma velocidade espantosa, um hábito que ele jamais conseguiu perder.
Basil concluiu sua sentença em 1972 e dedicou suas energias à construção de uma igreja clandestina em seu povoado. Às vezes, visitava a igreja entre os condenados e, conforme con­tava com orgulho, até 2002 – data em que deu este testemunho – existia comunidade de uma centena de crentes realizando seus cultos no campo de trabalhos forçados.
Logo após minha conversão Deus colocou em meu coração um desejo enorme de visitar minha “madrinha” (fui batizado na igreja católica) no caminho eu imaginava e questionava porque Deus estava me enviando a uma mulher que a última vez que eu vi foi no funeral do meu “padrinho” um ano antes e como católica fervorosa ia me criticar e “encher” porque eu havia me batizado na igreja evangélica.
Quando eu cheguei lá Deus me proporcionou uma das maiores pregações que eu presenciei, o problema é que não era eu quem o espírito santo estava usando para pregar, mas a minha madrinha. Ela me contou a seguinte história:
Meu tio, apesar do câncer que poucos sabiam que ele tinha, ainda estava trabalhando na “volks”, ele tinha um cargo de gerente, enquanto ele estava caminhando próximo à linha de produção um irmão da Assembléia de Deus - operário da linha de produção – correu até ele, bateu-lhe nas costas e lhe disse:
– Eu tenho sonhado com você, Deus me mostra que uma mulher clama todos os dias à Jesus por sua vida e pela cura do seu câncer, ela ora com a bíblia na mão toda madrugada, quero lhe convidar para conhecer minha igreja.
Este Irmão deu para meu padrinho o endereço de uma Igreja da Assembléia de Deus na Vila Scarpelli, que é próxima a casa onde ele morava.
Para àqueles que não conhecem a linha de produção de uma montadora é bom esclarecer algumas coisas: 1º Os operários têm uniformes de cor diferente dos chefes e os cargos de segundo e primeiros escalões andam de gravata – portanto este irmão sabia que estava falando com alguém com poder de demiti-lo. 2º não é permitido ao operário sair do seu local de trabalho sem permissão ou ser substituído. A saída dele do posto de trabalho pode acarretar sua demissão, a linha é continua, uma esteira por onde o carro passa e os operários colocam as peças, e se faltar alguém o veículo pode chegar ao final da linha com defeito e causar prejuízo a empresa.
Percebam que o que este irmão da Assembléia de Deus fez podia lhe causar a demissão, ele não conhecia meu padrinho, não tinha como saber de seu câncer, sabia apenas que ele tinha um cargo alto na empresa e podia demiti-lo se quisesse, mesmo assim ele fez o que Deus lhe colocou no coração e cumpriu o que Cristo nos deixou como mandamento – Ide e pregue o evangelho a toda criatura viva. Deus enviou ao meu padrinho um irmão que congregava próximo a sua casa, mesmo sem o irmão saber.
Meu padrinho foi até a igreja com minha madrinha para tirar o sarro do Irmão da Assembléia de Deus, ele imaginava que alguém teria comentado próximo aquele trabalhador que meu padrinho tinha câncer. Ao chegar lá questionou-o dizendo:
- Tudo bem você sabe que eu tenho câncer, alguém deve ter comentado perto de você, mas ninguém fica orando pra Jesus de madrugada por minha causa o que você me diz disso?
- Minha madrinha aos prantos confessou a ele que ela era que se levantava todas as noites para orar por ele.
Ninguém além de minha madrinha e Deus sabiam disso, nem mesmo meu padrinho que nunca acordou durante as orações dela.
Meu tio faleceu de câncer no dia 14 de março de 2003, porém cerca de três meses antes de sua morte – em 18 de novembro de 2002 desceu as águas na Assembléia de Deus lá da Vila Scarpelli. Só para constar eu me Batizei no dia 28 de novembro de 2004 dois anos e dez dias depois.
Deus me enviou a casa da minha madrinha para que nós nos reconciliássemos, ela me pediu o endereço de uma igreja para congregar (ela acha a Assembléia rígida demais e como ela cuida dos negócios do meu padrinho não pode seguir algumas regras da igreja – não cortar o cabelo, não usar maquiagem ou brincos etc.) na época em que isso aconteceu havia uma diaconisa da igreja do evangelho quadrangular de santo André passando férias na Praia Grande e estava freqüentando a Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular da Praia Grande – a igreja onde sou membro – pedi a esta irmã o endereço da Igreja, vejam só: a Igreja fica á três quadras da casa onde minha madrinha mora.
Além dos exemplos que citei aqui, a Bíblia nos traz outros tantos que todos conhecem melhor que eu, mas mesmo assim muitas vezes tememos pregar. Este medo ou receio precisa sumir de nossos corações, a pregação pode levar países inteiros a grandes revoluções, se os discípulos não tivessem coragem de pregar o evangelho após a morte e ressurreição de Cristo o que seria de nós hoje?
Quando alguém está de partida, suas últimas pala­vras são muito importantes. Antes de ascender aos céus às últi­mas palavras de Jesus a seus discípulos foram de instrução:
1º eles continuavam sob a autoridade do Mestre;
2º deveriam fazer mais discípulos – ide e pregai o evangelho a todas as nações;
3º deveriam batizar e ensinar os novos discípu­los a obedecerem a Jesus;
4º Cristo estaria com eles todos os dias por intermédio de seu Espírito Santo.
Embora nas missões anteriores Jesus tivesse enviado seus dis­cípulos apenas aos judeus (Mateus 10.5,6), a partir daquele momento a missão teria caráter mundial, para todas as nações, para todos os povos.
Jesus é o Senhor de toda a terra. Ele morreu pelos pecados de todos, assim, devemos ir e conquistar no­vos discípulos seja em nossa vizinhança; na nossa casa; no nosso trabalho; na nossa escola ou em outros países.
Evangelizar não é uma opção, mas uma obrigação de todos os que chamam Jesus Cristo de Senhor. Não somos todos evangelistas no sentido formal desta palavra, Deus dá a cada um de nós o Dom necessário para cumprirmos o plano dEle na terra, mas todos recebemos os dons necessários para ajudar a realizar essa grande obra. Ao obede­cermos, temos o conforto de saber que Jesus estará sempre co­nosco.
Os seres humanos são diferentes uns dos outros, apesar de sermos semelhantes, ninguém é igual ou idêntico á ninguém. Nossas experiências desde a nossa infância nos tornam únicos. Muitos se aproximam das pessoas que não crêem em Jesus de forma violenta, desrespeitosa, ou mesmo preconceituosas. As vezes de forma tão insistente que afastam as pessoas ao invés de aproximá-las, é necessário sabedoria para encontrarmos a melhor forma de evangelizar a cada ser humano, alguns necessitam de testemunhos; outros de ver os milagres; outros de perceberem as mudanças que Deus fez na sua vida para que ele se converta.
À medida que seu relacionamento pessoal com Cristo se aprofunda, Ele lhe dará as oportunidades e o poder necessário para transmitir o Evangelho.
E na medida em que você estuda a palavra se tornará mais confiante para cumprir esta missão.
Para encerrar este texto deixo aqui uma pergunta: Somos julgados pelas almas que salvamos ou pelas que deixamos de salvar?
· Em algumas traduções encontramos fazei discípulos

15.7.06

Meu Melhor Amigo

Constantemente fico sentado na orla da praia ouvindo o mar e deixo meu pensamento voar solto.
Um dia destes, há algum tempo eu criei um “amigo imaginário”, um amigo do qual eu não poderia guardar segredos, saberia de tudo sobre minha vida, meus erros; defeitos; pecados; segredos; enfim, tudo o que há de ruim e bom comigo.
Imagine se você, assim como eu pudesse ter este amigo, se ele soubesse tudo o que pensamos sobre ele? Um amigo que nos conhece melhor do que nós mesmos; que sabe dos nossos mais secretos sonhos e fantasias... Um amigo para quem nós não poderíamos mentir, não por falta de tentativa, mas porque este amigo sabe tudo sobre nós, conhece nosso coração melhor que nós mesmos.
O que aconteceria? O que este amigo nos aconselharia? Como ele nos trataria?
Mesmo com todas as imperfeições este amigo vai nos amar de tal forma que tudo o que fizermos; pensarmos ou sentirmos ele compreenderá.
Como que eu trataria este que seria meu melhor amigo?
Pena que ele é imaginário... Como seria se ele existisse?
Mas se fosse real? O que faríamos a este amigo que nos ama incondicionalmente?
Nós o escutaríamos, desabafaríamos? Será que eu abriria meu coração á meu amigo?
O que você faria para este amigo, se você tivesse este amigo perfeito? O que nós faríamos?
Nós o trairíamos , negaríamos que o conhecemos.
Há algum tempo descobri que este amigo imaginário existe e tem nome – Jesus – descobri que ele é mais meu amigo do que qualquer amigo que eu pudesse imaginar, ele deu seu sangue para que eu possa alcançar a salvação.
Mas descobri também o que fazemos em troca, descobri também como o retribuímos... Com traição. Nós pagamos com traição àquele que sempre nos dá a mão.
Sinto em ser sincero, mas meu amigo mandou que eu não mentisse, e tenho que lhe dizer:
Cada vez que beijamos o rosto do nosso pastor e depois o acusamos, criticamos e falamos mal dele pelas costas; a cada pecado; a cada irmão que você julga (nossa aquele pastor não é de Deus ele só pede dinheiro; nossa você viu o decote daquela irmã; e a saia curta da outra...) a cada gesto que não é de amor você imita e se assemelha à Judas, você trai seu melhor amigo ( e ao contrario de Judas você não recebe sequer as trinta moedas de prata...).
Mesmo com todas as nossas traições Jesus nos ama, e nos perdoa de nossos pecados, nos ensina como nos tornarmos bons amigos e vivermos a eternidade ao seu lado.

Porque o filho do Homem virá na gloria de seu Pai, com os seus anjos; e, então dará a cada um segundo suas obras. (Mateus 16. 27)
Nossas ações podem nos salvar, se realmente crermos no Cristo e em sua ressurreição; se amarmos o nosso semelhante como a nós mesmos; se amarmos a Deus sobre todas as coisas, se dizimarmos e ofertarmos com prazer, se formos reais cristãos, nosso melhor amigo estará sempre conosco e poderemos desfrutar a eternidade junto dEle.
Mas não basta fazermos de conta, não basta “aparentar-mos”, afinal de contas Jesus é aquele amigo que nos conhece melhor do que nós mesmos, que sabe dos nossos pensamentos e de nossos sentimentos de uma forma que não podemos esconder.
O nosso amor à Deus tem de ser do coração, de forma sincera, honesta, humilde e pura como uma criança. (Mateus 18. 1 – 5.)

Naquela mesma hora, chegaram os discípu­los ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no Reino dos céus?
E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles
e disse: Em verdade vos digo que, se não vos con­verterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus.
Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus.
E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a mim me recebe.

Não se desespere, ainda é tempo de ser como as crianças, ainda há tempo de se reconciliar com Deus, de deixar a vida de pecado.
Porém faça isso o mais rápido possível de todo o seu coração pois o tempo da volta apenas a Deus pertence, e pode ser que ao final desta leitura este tempo deixe de existir. Ame a Deus antes que seja tarde demais.

Entre nós

Tenho mania de ficar sonhando e imaginando coisas, de como seria minha vida se eu tivesse nascido em outras épocas ou em outros países. Quero convidá-lo para uma destas “viagens”, vamos imaginar que Jesus Cristo está entre nós, hoje, não em um retorno prometido, não no juízo final ou no dia do arrebatamento, mas pregando como em seu ministério há mais de dois mil anos atrás, só que aqui e agora.
O que Ele faria ao saber da invasão do Iraque, ou da eminente guerra entre Israel e Irã?
Qual seria sua atitude frente ao assassinato de missionários na Ásia e em outros lugares, inclusive no Pará (estado Brasileiro)?
Será que Ele usaria a Internet para pregar?
Teria uma página na rede mundial de computadores?
Apresentaria Jesus um programa de TV, do tipo “fala que Eu te escuto”?
Como ele se vestiria? Com terno ou Bermuda?
Será que o seguiríamos?
Será que acreditaríamos em seus milagres?
Imagine, faça este esforço por um minuto, Ele estaria entre nós fazendo milagres, curando...
Seriamos como Simão (Pedro) e André e nos tornaríamos pescadores de Homens?
Ou seriamos como os escribas que o insultavam?
Será que, como Tiago e seu irmão João, deixaríamos imediatamente nosso pai e o seguiríamos?
Ou seriamos como os Fariseus e Saduceus que apesar de inimigos se uniram contra Jesus?
Seriamos como o coletor de impostos que abandonou sua função para seguir Cristo?
Ou seriamos como os sacerdotes que exigiam que Ele fosse crucificado?
Seriamos como o oficial romano que demonstrou fé?
Ou como Pilatos e lavaríamos nossas mãos?

Como seriamos? Como nos portaríamos?

Mesmo que não seja um sonhador como eu imagine por um minuto o que você faria... Se Ele e não eu estivesse escrevendo este texto.

Se você se imagina agindo de forma diferente do que age hoje tenha uma conversa sincera com Deus.
Pois Ele esta entre nós, seus milagres continuam a acontecer, Ele continua pregando através do Espírito Santo.
Agora, hoje, neste instante ele está entre nós, vivo e atuante, através de discípulos, pastores, profetas, enfim, através dos cristãos seu ministério continua.

A pergunta correta então é: Como somos, Como nos portamos?

Como a prostituta Maria Madalena ou como o traidor Judas Iscariotes?