23.6.10

TEMPO DE CONCERTAR

São exatamente 0:47 do dia 23 de junho de 2010, muitas coisas atormentam-me as idéias e resolvi escrever estas linhas. Quero pedir desculpas antecipadas por erros de português ou mesmo se o texto estiver confuso, publicarei este texto sem revisão, “de uma sentada só”.
                               A algumas semanas atrás eu e minha esposa decidimos nos separar, decisão é uma forma delicada de falar quebra pau; minha mãe acabava de se internar numa clinica para tratamento de alcoólatras; minha avó (que ocupa em meu coração um espaço igual ao da minha mãe) tem mal de Alzheimer;e meu tio que cuida dela não estava  bem. Meu irmão ainda não se recuperou de um acidente de moto e, como se não bastasse, minha filha resolveu se casar com o pior cara do mundo (pelo menos pra mim).
                               Sentia-me só e abandonado, por aqueles que amo e por Deus, não nego que algumas vezes, para não dizer muitas vezes, pensei no suicídio. Questionei e praguejei contra Deus, afinal qual é o meu pecado para que tudo isso acontecesse?
                               Num domingo chegou à notícia da internação do meu tio. Bem com meu tio internado restou-nos a responsabilidade de cuidar da minha avó com mal de Alzheimer, tarefa que não é fácil...
                               Na semana passada meu tio faleceu... Vítima de uma opção de vida, uma opção que ele mesmo fez. Viveu a vida de forma livre, fazia o que queria – quando queria – onde queria – do jeito que queria... Ele quis tomar bebidas alcoólicas toda a tarde e faleceu vitima de hepatite alcoólica.  
                               Deixou três sobrinhos (entre eles eu), dois filhos que não conheciam um ao outro, duas ex-esposas maravilhosas, uma irmã, uma mãe (como consolar a mãe que perde o filho?) uma namorada que é um “bruxa”. Deixou também um enorme: POR QUE?
                               Mas Deus (se você não conhece Deus, deixa eu te dizer: Ele é um cara que tem um jeito de fazer as coisas que eu nunca entendo), nesse imbróglio todo faz as coisas darem certo.
                               Você deve estar se perguntando: “as coisas darem certo: esse cara enlouqueceu...” Deixa eu explicar:
                               Não sei por que decidimos nos separar (eu e minha esposa), mas sei que decidimos continuar casados pelo amor que sentíamos e sentimos um pelo outro, não por amor aos filhos, não por ser mandamento...   Mas por amor um ao outro.
                               Deus tocou em nossos corações (mais no dela porque eu sou uma mula de teimosia) e nos reconciliamos no sábado (um dia antes da internação do meu Tio) essa reconciliação possibilitou que recebêssemos em nossa casa minha avó, estamos cuidando dela, e não sou hipócrita, esta sobrando tudo nas costas da minha esposa, da trabalho mas é gratificante.
                               Nossa reconciliação propiciou, também, que minha mãe possa continuar o tratamento dela, não vai precisar sair da clinica, pois confia os cuidados da mãe a nora.
                               Aliás, quero abrir um “parêntese” neste texto – Deus abençoe minha esposa, agradeço todos os dias por Deus ter colocado-a na minha vida.
                               Mas no funeral do meu tio pude ter uma grande experiência e aprendizado: Dois irmãos, que não se conheciam, carregaram lado a lado o caixão do pai. Depois de lacrada a sepultura se abraçaram dizendo um ao outro: sou seu irmão... Num longo abraço, debaixo de lágrimas consolaram-se um ao outro...
                               Minha avó em meio a dor da perda de um filho, chorou de alegria o reencontro do neto (filho mais velho do meu tio) que não víamos a mais de dez anos.
                               Em meio à dor da perda de um ente querido, de alguém que marcou e muito minha vida, chorei  de alegria ao sentir  a força do amor de Deus agindo no abraço dos meus primos. Agradeço a Deus por ter me dado força para “dar a notícia” da morte aos dois e ter participado deste encontro.
                               Tudo isso me fez pensar muito em perdão: em pedir perdão; em perdoar e em ser perdoado. Entre os “porquês?” deixados pela morte os que mais ressoavam em minha mente eram: Porque meu tio e meu primo mais velho se afastaram tanto? Porque eu me afastei tanto do meu primo mais velho?
                               Sinceramente não sei responder, sei que se alguém tivesse tomado uma atitude ao invés de esperar a atitude do outro as coisas seriam diferentes.
                               Eu decidi tomar uma atitude, me afastei de algumas pessoas e nem sei ao certo porque, pessoas que amo e que me fazem falta.
                               Uma delas é o meu primeiro pastor, o Pastor Levi, Um homem que me ensinou muito sobre Jesus; celebrou meu casamento; aconselhou-me em momentos difíceis,  não sei ao certo porque “não falo mais com ele”, porque não mando e-mails... etc, sei que discutimos, mas o real motivo..., não sei.
                               Este texto além de servir como registro de uma parte da minha história é, também, uma carta pública para dizer a ele: PASTOR LEVI, PERDOA-ME PORQUE PEQUEI CONTRA DEUS E CONTRA TI. PERDOA-ME PELOS MEUS ERROS. 
P.S Todos os textos que publico neste blog vem com referências, neste caso o texto lido no “oficio fúnebre” me serviu de inspiração procure em Eclesiastes a parte que fala: a tempo para todas as coisas...
                              
23/06/2010 1:22